“Verme maldito, acha que ninguém vê o que você faz? Acha que está acima da lei? ” “Droga, onde ficam os quartos? Dane-se, eu vou te encontrar mais cedo ou mais tarde. ” “Espero que seja mais cedo, pois já passou da sua hora, a sociedade não merece conviver com um sujeito como você. ”
Foi com esses pensamentos, uma faca e uma lanterna na mão que o jovem Dean Dahmer subiu as escadas rumo ao quarto do policial Jim Callaham. Após subir 3 degraus, Dean vê um vulto passando pela janela no fim da escada.
“O que foi aquilo? “
O futuro serial-killer aponta a lanterna para a janela assustado.
“É só o vulto de uma árvore estúpida. ” “Por que você está com tanto medo Dean? Eu sei que é nossa primeira vez, mas não somos nós que temos que temer alguma coisa. A sociedade precisa de nós, precisamos ser a verdadeira justiça. Uma justiça que funciona, que puna quem realmente merece. ”
O jovem psicopata continua subindo, suando, pensando, hesitando, ponderando, mas decidido. Como se já não bastasse o escuro, a solidão ou a companhia da própria respiração; ainda havia o silêncio da noite, silêncio que amedrontava o pequeno “justiceiro”, silêncio que foi multiplicado por mil quando foi quebrado.
“Calma Dahmer, calma. São só cachorros latindo lá fora. ” “Não, espera. Acho que alguém acordou. “ “Droga, preciso me esconder. ” “É só um garoto, vamos menino, vá dormir, não é hora de criança estar acordada. ”
Por sorte a criança não viu nada, foi só mais uma noite normal onde os filhos levantam para ir dormir na cama dos pais. Por azar a criança fez Dean hesitar, quando ele perdeu seu pai ele tinha mais ou menos a mesma idade; e agora estava ele ali, prestes a deixar um ser indefeso na mesma situação que o deixaram a alguns anos atrás…
Era verão, fazia 6 meses que o pequeno Dean não via seu pai.
– Acorde Dean, me ajude a preparar o café da manhã para o papai.
– Omelete com bacon?? Será que ainda é o favorito dele??
Antes que sua mãe pudesse responder houve uma batida na porta da frente e o garoto desceu as escadas como uma flecha. Abriu a porta e pulou nos braços da pessoa que ele mais admirava na vida.
– Papai, você chegou mais cedo, o café ainda não está pronto.
– Não tem problema Dean, olha o que eu trouxe para a gente?
Dahmer, o pai, entregou um pacote de rosquinhas para seu filho e foi em direção a sua amada que o esperava no início das escadas, apenas observando com um sorriso maternal aquela cena entre pai e filho.
“Eu sei garoto, eu sei. “ “Você tem uma bela família, uma bela casa e com certeza não merece isso. ” “…, mas eu também não merecia, nem meu pai, nem mesmo os traficantes menores de idade que o lixo do seu pai matou. ”
Foi com essa mistura de sentimentos que Dean foi até o quarto de Callaham, observou o policial, a mulher e a criança no meio dos dois; em seguida deu meia volta e desceu as escadas, decidido.
“É impossível limpar a sociedade sem dor, sem sangue, apenas faça o que você veio fazer. ”
Ainda atordoado com o turbilhão de pensamentos, Dahmer esbarrou na mesinha de centro e derrubou o vaso de flor no chão.
– Quem está aí? – Disse uma voz grave e firme – eu estou armado, é melhor dar o fora, você escolheu a casa errada para assaltar essa noite amigo.
O futuro assassino correu para cozinha e se escondeu no mesmo instante em que ouviu gritos, choro e passos no andar de cima. Dean percebeu que estavam todos nervosos, assustados, e que ele estava sendo tão idiota quanto suas vítimas ao deixar se dominar por esses sentimentos.
– Vamos, quem está aí? – Perguntou Callaham enquanto entrava na cozinha com arma em punho, para averiguar o último cômodo da casa.
– Fique tranquila querida, se tinha alguém aqui, ele já se foi – disse o policial ao pé das escadas para sua esposa que aguardava no andar de cima aflita e com seu filho nos braços.
E essas foram as últimas palavras de Jim, que foi golpeado pelas costas de forma covarde por um vingativo Dean que pela primeira vez na vida sentiu o doce sabor de fazer justiça com as próprias mãos. O Serial-Killer torce a faca e se certifica de que fez o serviço bem feito. Após o sangue escorrer por suas mãos e uma mulher observá-lo totalmente paralisada ele tinha certeza, então larga o corpo no chão, tira um jornal e um bilhete de dentro da blusa e deposita em cima da vítima.
Lentamente e com os olhos fixos na mulher e na criança, Dean se dirige a janela e então deixa a casa do policial para trás junto com sua humanidade.
– Mamãe porque fizeram isso com o papai?
Finalmente Linda Callaham conseguiu se mexer e deixando seu filho sem resposta desceu rapidamente as escadas em direção ao corpo do marido para voltar a chorar ao ler a seguinte manchete no jornal deixado por Dean.
“POLICIAL ACUSADO DE TRÁFICO É AFASTADO DO CARGO APÓS TORTURAR ATÉ A MORTE 3 MENORES, TAMBÉM SUSPEITOS DE TRÁFICO. ”
Ainda soluçando e agora com seu filho ao seu lado pegou o bilhete que havia caído de dentro do jornal e leu:
“A SOCIEDADE AINDA PODE SER MUDA, MAS JÁMAIS FOI CEGA…HIPÓCRITAS NÃO VIVERÃO. ”
Era verão, fazia 6 meses que o pequeno Dean não via seu pai.
– Acorde Dean, me ajude a preparar o café da manhã para o papai.
– Omelete com bacon?? Será que ainda é o favorito dele??
Antes que sua mãe pudesse responder houve uma batida na porta da frente e o garoto desceu as escadas como uma flecha. Abriu a porta e pulou nos braços da pessoa que ele mais admirava na vida.
– Papai, você chegou mais cedo, o café ainda não está pronto.
– Não tem problema Dean, olha o que eu trouxe para a gente?
Dahmer, o pai, entregou um pacote de rosquinhas para seu filho e foi em direção a sua amada que o esperava no início das escadas, apenas observando com um sorriso maternal aquela cena entre pai e filho.
Enquanto comia sua segunda rosquinha, Dean observava seus pais se beijando, se abraçando e matando a saudade um do outro, então seu pai foi se transformando em uma fumaça negra e densa para depois dar lugar ao seu padrasto que se envolvia nos braços de sua mãe, e Dean foi da nostalgia ao ódio em segundos.
Estava chovendo, estava escuro, e não havia ninguém na rua àquela hora que pudesse vê-lo chorar, correr, tentar limpar sem sucesso o sangue em suas mãos, correr, lembrar dos seus pais, correr, lembrar do seu padrasto, desmaiar.
Não durou nem 5 minutos, após cometer um assassinato ninguém pode se dar ao luxo de desmaiar, ainda mais no meio da rua, ainda mais perto do local do crime, e Dean sabia disso, ou foi seu subconsciente que o fez acordar, que o fez recuperar a consciência. De uma forma ou de outra o jovem voltou a correr e correu até sua casa, onde se limpou, queimou a roupa e fez todos os procedimentos que lembrava daquela conversa que teve com seu pai sobre esconder a cena de um crime. É claro que ele cometeu muitos erros, e que havia deixado muitas provas na casa do policial, e ele sabia disso, e isso o preocupava. Preocupação que o fez passar a noite em claro e ser flagrado por sua mãe fazendo suas pesquisas no computador:
“EX-MILITAR É BRUTALMENTE ASSASSINADO APÓS SE ENVOLVER EM BRIGA COM POLÍCIAIS NO BAR BOOGERMAN. ”
– Você não consegue esquece-lo, não é?
– Você consegue?
– Seu pai não era esse bom moço que você pensa Dean, ele se envolveu com as pessoas erradas, comprou briga com gente que não deveria.
– Hum.
– Desculpe filho, eu não deveria estar falando isso. Suas lembranças são melhores do que as minhas, prefiro que fique com elas.
– Eu só queria saber quem, e porquê.
– Já fazem 15 anos filho, e até hoje não temos uma resposta.
– Foi ele não foi?
Emily Dahmer dá as costas para seu filho, dando por encerrada a discussão.
– O jantar está na mesa filho, esqueça essa conversa e venha comer.